quinta-feira, 1 de março de 2012

O dia em que decidi comprar minha bicicleta


    Sabe aquela pergunta famosa? Aquela famosa dúvida? Pois é... Aquela. Então... Eu decidi comprar uma bicicleta.
    Acho que comprei tanto por sede de liberdade quanto como forma de protesto. Afinal hoje em dia, o que tenho visto muito é gente decidindo "casar" por aí. Se aproximar das pessoas sem objetivo algum ou, até mesmo, com o objetivo de simplesmente passar o tempo ou ainda... Sem motivo algum, pra ser mais exata... Pode parecer meio redundante isso, mas creio eu que se originou algum tipo de subdivisão taxonômica "dessentimentalizada" entre a espécie humana nos últimos anos.
   Não estou aqui reclamando sobre o que vivi, e sim sobre o que eu tenho visto e ouvido por aí. Não concordo com os chavões de que os homens são todos iguais e as mulheres também, entre elas. Não concordo mesmo, mas que as coisas tem caminhado para um mesmo sentido, isso tem...
   Não faz muito que nasci também, não posso afirmar o quanto a humanidade mudou desde os seus primórdios, porém, me espanto com o quanto ela tem avançado no quesito "dessentimentalismo". Salve raríssimas excessões, noto que essa criatura terráquea tem cada vez mais, características de animais selvagens, em alguns casos irracionais também. Isso talvez pela selva onde vive representar muitos perigos ou, simplesmente, por esse ser não ter coragem suficiente para enfrentar os perigos da selva... O que admito achar mais sentido.
    O ser humano tem se tornado uma criatura individualista que luta pela sobrevivência à todo custo e, inclusive tem evitado sentir e admirar pessoas para poder preservar o próprio coração, com medo que ele possa começar a bater mais rápido, diminuindo assim o saldo de batimentos cardíacos doados à sua vida.
    Por um tempo, me indignei com o que vi, com tamanha falta de coragem e com tamanha quantidade de gente com falta de coragem. Mas aí decidi comprar minha bicicleta, símbolo do inverso ao casamento (comum) pois representa liberdade e bem estar.
   Então também nunca entendi porque decidem casar se a bicicleta parece ser um negócio com muito mais custo benefício. Por isso comprei. Me senti pronta para seguir meu caminho sozinha, literalmente com as próprias pernas, pedalando a mil até os meus sonhos, lutando por eles e, finalmente subindo com toda a energia carregada durante o percurso, encima do palco, que é pra onde eu vou.
    Afinal, ainda acho que posso construir um triângulo amoroso, com meu futuro rapaz, eu e minha bicicleta.
    E se o casal é coerente e faz parte dos "sentimentalizados", os os extintos dessa selva, ele vai fazer com que a união tenha tanto valor quanto a bicicleta e possa gerar liberdade e bem estar ao mesmo tempo.
   

Um comentário:

  1. Adorei a relação de coragem de amar com um ditado popular tão comum, mas com certeza o mais interessante é a reflexão sobre a "dessentimentalização".
    Destaca-se ainda a "objetivação" das pessoas em relacionamentos, no caso comparando-as com o objeto bicicleta; que é contraposta pelo sentimento de liberdade e a possibilidade de um relacionamento "sentimentalizado" embasado a partir disso.
    Não sei se me fiz clara, mas apesar de não saber pedalar eu também compraria uma bicicleta...

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